07 novembro 2022

Oficina de Programação em Scratch

 Scratch para quê? 

(...) o trabalho com o Scratch, pode despertar os alunos para se perceberem para além de meros consumidores de produtos tecnológicos. Entenderem que também é possível criar, ter maior autonomia para se expressarem, apropriando-se de forma mais consciente dos recursos tecnológicos, sua estrutura e seu funcionamento. (SOUZA e COSTA, p. 11, 2018)

Antes de cairmos na tentação, muito comum entre nós professores, de colocarmos o desenvolvimento da aprendizagem por Scratch no lugar de difícil alcance, por se tratar de uma linguagem de programação, é importante falarmos sobre as possibilidades que o uso dessa proposta lúdica promove aos estudantes que têm a oportunidade de usar essa plataforma. E, dentre estas possibilidades, destacamos a autonomia e a criatividade.

Mitchel Resnick, criador do software Scratch, nos lembra que ideias não nascem como um raio. Elas acontecem depois de muitos ciclos do que ele chama de "espiral da aprendizagem criativa". Trata-se do motor do pensamento criativo: imaginar, criar, brincar, compartilhar, refletir e imaginar. Quantas vezes for necessário. Em seu grupo de pesquisa no MIT, o autor desenvolveu um conjunto de quatro princípios orientadores (projetos, paixão, pares e pensar brincando) para ajudar jovens a tornarem-se pensadores criativos.



Imaginar: em nosso exemplo, as crianças começam a imaginar um castelo de fantasia e a família que vive nele.

Criar: imaginar não é suficiente. As crianças transformam as ideias em ações, criando um castelo, uma torre ou uma história.

Brincar: as crianças estão sempre interagindo e fazendo experiências com suas criações, tentando construir uma torre mais alta ou trazendo novas possibilidades para a história.

Compartilhar: um grupo de crianças colabora na construção do castelo, outro grupo ajuda na criação da história e os dois grupos compartilham ideias entre si. Cada novo acréscimo ao castelo inspira uma nova história e vice-versa.

Refletir: quando a torre cai, a professora se aproxima e incentiva as crianças a refletirem sobre por que ela caiu. Como elas poderiam criar uma torre mais estável? A professora mostra imagens de edifícios, e as crianças percebem que a parte inferior deles é mais ampla do que os topos. Elas decidem reconstruir a torre com uma base maior do que a anterior.

Imaginar: com base nas experiências que passam pela espiral, as crianças imaginam novas ideias e novas orientações. E se criarmos uma aldeia em volta do castelo? E se criarmos um teatro de fantoches sobre a vida na aldeia?

Ele destaca como as novas tecnologias, se adequadamente projetadas e mantidas, podem expandir oportunidades para que crianças, em diversos contextos, desenvolvam a habilidade de pensar criativamente. Daí surge a linguagem de programação Scratch.

Em vez de tentar minimizar o tempo diante das telas, acredito que pais e professores devem tentar maximizar o tempo de criatividade. (...) Em vez de tentar escolher entre muita tecnologia, pouca tecnologia e nenhuma tecnologia, pais e professores deveriam procurar atividades que envolvam as crianças no pensamento e expressão criativos. (Resnick, 2020, 23)

Scratch é uma linguagem de programação criada em 2007 pelo Media Lab do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). É bem mais acessível que linguagens de programação textuais, por se utilizar de uma interface gráfica que permite que programas sejam construídos com blocos encaixados, lembrando o brinquedo Lego. Dentre suas muitas possibilidades, a criação de animações, jogos e apresentações são as aplicações que mais se destacam. É gratuita e está disponível para uso online e offline. 

Jogo feito em Scratch

Animação feita em Scratch

Neste mês de novembro o NIED ofertará uma oficina de Programação em Scratch, as inscrições iniciam hoje.  Ao todo são 75 vagas, com turmas pela manhã, tarde e noite. As aulas acontecerão às quartas-feiras, nos dias 16 e 23 de novembro. Não é necessário conhecimento prévio de programação. 

Para se inscrever clique no link abaixo:

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